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Tiros em campanha: pré-candidato é baleado na cabeça durante comício na Colômbia
08/06/2025 / 08:12
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O senador e pré-candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe Turbay, de 39 anos, foi gravemente baleado na tarde desta sexta-feira (7), durante um comício no bairro Modelia, na região de Fontibón, em Bogotá. O ataque reacendeu o debate sobre a segurança dos líderes políticos e a escalada da violência em ano pré-eleitoral no país.

O atentado ocorreu por volta das 17h, no parque El Golfito, enquanto Uribe discursava para apoiadores. De acordo com testemunhas e imagens divulgadas nas redes sociais, pelo menos dois disparos atingiram o senador na cabeça e no tórax. O agressor, um adolescente de aproximadamente 14 ou 15 anos, foi capturado no local pela polícia, que também apreendeu uma pistola 9 mm usada no crime.

Miguel Uribe foi levado às pressas ao Centro Médico Engativá e, em seguida, transferido à Clínica Fundación Santa Fe, onde ou por cirurgias neurológicas e vasculares de emergência. Segundo boletim médico divulgado no início da madrugada deste sábado (8), o político encontra-se em estado crítico e luta pela vida. “Não perdemos a esperança”, escreveu sua esposa nas redes sociais, pedindo orações e privacidade.

Em pronunciamento oficial, o presidente Gustavo Petro condenou o ataque e ofereceu uma recompensa de 3 bilhões de pesos colombianos (cerca de 730 mil dólares) por informações que possam ajudar a esclarecer o caso. “A violência não pode ser uma ferramenta política. Nosso compromisso é garantir eleições livres e seguras para todos”, afirmou o presidente.

Uribe Turbay é senador pelo partido de direita Centro Democrático e vinha se posicionando como um dos principais nomes da oposição ao governo. É neto do ex-presidente Julio César Turbay e filho da jornalista Diana Turbay, morta durante uma operação de resgate após ser sequestrada pelo cartel de Medellín em 1991. A trajetória familiar de luta contra o narcotráfico e a violência política fez de Miguel Uribe um símbolo da nova direita colombiana.

A tentativa de assassinato levantou alertas sobre a segurança dos candidatos e o clima de instabilidade que ronda o país às vésperas da corrida eleitoral de 2026. Figuras públicas e líderes internacionais, como o senador norte-americano Marco Rubio, expressaram solidariedade e preocupação com o caso.

As autoridades investigam a possível participação de mandantes no ataque e se o jovem autor do atentado agiu sob influência de grupos armados ou interesses políticos. Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre sua identidade nem motivações.

O episódio evoca memórias trágicas de outros momentos de violência política na história colombiana, como os assassinatos de Luis Carlos Galán e Jorge Eliécer Gaitán. “É um retrocesso civilizatório”, declarou o analista político Eduardo Behrens. “A Colômbia precisa reafirmar que o debate se faz com ideias, não com armas.”